quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

NEVER AGAIN!

Certa vez passei um final de semana em Lisboa com o Ailtom, um amigo desses que conseguem transformar uma viagem de trabalho em passeio. Era uma manhã fria de um domingo de inverno. Decidimos conhecer a Serra da Estrela numa tentativa de vencer o tédio imposto pela temperatura e, também, pela quase total ausência de movimento nas ruas. Como de costume, coube a mim a direção. A Serra da Estrela é o único ponto onde, tradicionalmente, neva em Portugal e, naquele ano, não havia sido diferente. E justamente esse era o mote para o passeio. Chegando lá almoçamos e seguimos em direção à estação de esqui. O parque parecia cenário de filme de terror, pois andamos um grande trecho sem avistar uma viva alma. O gelo havia sido o grande escultor da madrugada. A certa altura chegamos numa praça que servia de estacionamento. Dali em diante, a estrada a bem dizer, era um caminho estreito na montanha e sem sinalização. A certa altura um carro todo equipado para aquelas circunstâncias cruzou no sentido contrário. Felizmente estávamos num dos poucos pontos em que era possível dar passagem. O sujeito nos disse que não podíamos prosseguir, pois era mesmo arriscado. Agradecemos a dica, mas continuamos subindo. O caminho tinha se estreitado ainda mais e já não havia onde manobrar naquela imensidão de gelo. Foi quando, já sem qualquer possibilidade de continuar, resolvemos voltar. Para ajudar na manobra o Ailtom saiu do carro já que a visibilidade era precária e a rua sem proteção. A manobra para levar a frente do carro para a direita em direção ao morro foi bem. Quando engatei a marcha à ré e virei o volante para a esquerda, o carro obedeceu. No momento de endireitar o volante para iniciar a descida o carro deslizou para o outro lado em direção ao abismo. No começo foi até engraçado, mas quando percebi que tinha virado passageiro, fiquei apavorado. Como se estivesse brincando comigo, o carro parou quando minha mão já estava na maçaneta para abrir a porta e pular. Depois do susto, descemos lentamente até a praça do estacionamento onde o meu batimento cardíaco voltou ao normal. Daquele dia em diante, dirigir na neve, nunca mais.

(Reprodução - Colaboração do Quintal que é brother há mais de 30 anos, apreciador e produtor de bons vinhos)

6 comentários:

993GT2 disse...

Hahahahah, com neve e gelo nao se brinca, mas na verdade quero saber se provou do magnifico queijo da Serra da Estrela.

De Gennaro Motors disse...

Ola Buonano

muito interessante o post!

realmente isso deve ser dificil...eu fico imaginando como esses pilotos de rally coseguem fazer essas façanhas na neve....

abraço

Fernando Gennaro

Speed disse...

Se o objetivo era espantar o tédio, conseguiram!

Também fiquei curioso quanto ao queijo...

Quintal disse...

Sim, provamos e aprovamos o queijo da Serra. Há uma expressão que os portugueses usam muito e que se aplica ao queijo da Serra: Espetacular, pá !!!

993GT2 disse...

E isso mesmo, este queijo e excepcional, eu tenho uma historia interessante sobre o queijo que contarei em outra ocasiao

pacheco disse...

já passei por algo semelhante, na Suiça. Só que com muito menos risco e com final não tão feliz. Foi para retirar o carro da garagem do hotel. Depois de passar aquela lâmina para limpar o gelo dos vidros. Fui sair com o carro. Inexperiente em solo gelado, acabei batendo o carro na parede após deslizamento. Não amassou muito e, felizmente, tinha seguro do carro