Durante a minha vida profissional tive a oportunidade de viajar e conhecer alguns lugares inesquecíveis por diversas razões. Esta história ocorreu numa dessas viagens em que tive a felicidade de ter a companhia de dois grandes amigos. Refiro-me a uma visita ao Solar do Vinho do Porto no Porto. Ele é um bar especial que visa primordialmente à divulgação dos vinhos tipo Porto para os turistas que o visitam. Faz parte do Ministério da Agricultura e não tem fins lucrativos. Lá, fomos recebidos pelo Sr. Amandio Silva que é o gerente responsável. Enquanto experimentávamos algumas maravilhas como Royal Oporto, Warre´s e Porto Souza, entabulamos uma conversa com ele que passou a dar várias informações e curiosidades sobre o Solar. Dentre essas curiosidades a que nos chamou atenção foi sobre as provas cegas que ele promove. Para esses eventos cada fabricante indica um representante e juntos analisam os vinhos da sa
fra e produzem uma avaliação, muitas vezes ruim aos vinhos que eles mesmos representam. No evento, os vinhos são apresentados apenas por números e, segundo seu Amandio, é quando se escondem os rótulos que a qualidade dos melhores vinhos aparece, quase por unanimidade. Quando pedíamos para ele indicar o melhor vinho ou o de sua preferência ele desconversava e não indicava. Dizia que não podia fazer isso e que, por força da sua função, não beneficiaria uma marca em detrimento de outras e assim por diante. Era só insistir e ele voltava ao discurso. Quando já estávamos quase nos despedindo, insisti pela última vez, ainda que sem esperança de obter sucesso, e o seu Amandio manteve sua postura irredutível em não indicar seu vinho predileto. De repente, quando estávamos olhando a carta de opções para a saideira, ele foi até o balcão e antes que nós escolhêssemos o que beber, trouxe-nos uma garrafa de Valriz 10 anos. Foi, sem dúvida, o melhor que experimentamos naquela tarde. Até hoje, quando nos encontramos e comentamos sobre vinho do Porto lembramo-nos desse episódio e de uma frase sobre vinho do porto que jamais esqueci: “Se não é o Sol engarrafado, então o que é?”.
fra e produzem uma avaliação, muitas vezes ruim aos vinhos que eles mesmos representam. No evento, os vinhos são apresentados apenas por números e, segundo seu Amandio, é quando se escondem os rótulos que a qualidade dos melhores vinhos aparece, quase por unanimidade. Quando pedíamos para ele indicar o melhor vinho ou o de sua preferência ele desconversava e não indicava. Dizia que não podia fazer isso e que, por força da sua função, não beneficiaria uma marca em detrimento de outras e assim por diante. Era só insistir e ele voltava ao discurso. Quando já estávamos quase nos despedindo, insisti pela última vez, ainda que sem esperança de obter sucesso, e o seu Amandio manteve sua postura irredutível em não indicar seu vinho predileto. De repente, quando estávamos olhando a carta de opções para a saideira, ele foi até o balcão e antes que nós escolhêssemos o que beber, trouxe-nos uma garrafa de Valriz 10 anos. Foi, sem dúvida, o melhor que experimentamos naquela tarde. Até hoje, quando nos encontramos e comentamos sobre vinho do Porto lembramo-nos desse episódio e de uma frase sobre vinho do porto que jamais esqueci: “Se não é o Sol engarrafado, então o que é?”.(Reprodução - Colaboração do Quintal que é brother há mais de 30 anos, apreciador e produtor de bons vinhos)
2 comentários:
O mundo do vinho é tão povoado de rótulos que dicas como essa do sr. Armandio são valiosíssimas.
Ter um amigo que se propõe a compartilhá-las e ainda de uma forma tão refinada, não tem preço.
Valeu Quintal!
Uma boa história é tão praseirosa quanto um bom vinho! A abordagem feita dessa forma torno o assunto muito interessante! Parabéns Quintal!
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