sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A SURPRESA

Desde que assumi a missão de dar continuidade a tradição da família na produção do nosso próprio vinho, muitas histórias tem ocorrido e algumas delas emocionantes. Essa história de hoje ocorreu durante uma viagem de turismo à Ilha da Madeira. Embora fosse uma viagem de curta duração, minha esposa e eu havíamos decidido aproveitar para conhecer alguns parentes. Numa das visitas conheci um sujeito, o Pereira, muito divertido, casado com uma prima de meu pai. Conversa vai conversa vem, já estávamos saboreando uma taça de Madeira quando ele me disse que há tempos havia ganhado de presente um vinho brasileiro e queria aproveitar minha visita para que eu lhe dissesse algo sobre ele, dado que o Pereira desconhecia os vinhos no Brasil. Estávamos conversando na sala quando ele levantou-se e dirigindo-se ao canto da estante, de parede inteira, abriu um barzinho. Fui até lá e ainda me lembro que havia uma quantidade grande de garrafas que me pareceu ser vinho, cuja disposição vertical me impediu de confirmar. Talvez vinte ou trinta garrafas. De repente ele levanta uma delas e me fala que aquela era a garrafa de vinho brasileiro que ele havia comentado momentos antes. Instantaneamente minha voz ficou embargada e meus olhos úmidos com a surpresa. Segurando a garrafa e fixando o olhar nela para tentar disfarçar minha emoção, eu lhe disse que valia a pena experimentar. Afinal, aquele vinho era um Quinta dos Quintais, o meu vinho.

(Reprodução - Colaboração do Quintal que é brother há mais de 30 anos, apreciador e produtor de bons vinhos)

9 comentários:

Francisco J.Pellegrino disse...

Manda uma garrafa para o teu amigo aqui...vamos fazer uma experimentação neste final de semana.

Speed disse...

Não é à toa que o vinho é conhecido como "a bebida dos amigos".

Esteve presente em todos os grandes acontecimentos da história, seja para celebrá-los, seja para ajudar a passar as mágoas deles decorrentes.

Há tipos para todos os paladares, capazes de acompanhar explendidamente todos os tipos de comida.

Já estou com água an boca...

Encontrar uma garrafa do vinho produzido por você na "terra matre" dos vinhos não tem preço!

roberto zullino disse...

Engraçado é que simplesmente não consigo associar vinho com comida, para mim não faz muita diferença que vinho seja, desde que não seja uma zurrapa. Só gosto de vinho tinto e tomo junto com peixes, bacalhau, camarões etc...
Costumo tomar vinho também fora das refeições mordiscando um pedacinho de pão da Basilicata envelhecido e dando uma molhadinha se ninguém estiver olhando.
Não conheço muita coisa, mas sei que os vinhos portugueses são os mais fáceis de se escolher pelo desvio pequeno entre os melhores e os piores. Tirando aquelas merdas de Casal Garcia, aqueles rosés de bolinha, pode-se tomar todos sem problema

Buonanno disse...

Acho que a gente acaba acostumando com os tintos para os molhos e os brancos para os peixes. Também não vejo grande diferença não, mas mantenho a tradição.

roberto zullino disse...

Não tomo vinho branco porque não gosto e porque não tem um monte de coisas que o tinto tem. Quem sabe pode explicar.

regi nat rock disse...

Não explico nada Zullino, bebo praticamente nada, mas uma ou duas taças de vinho, ocasionalmente, caem bem. E molhando um pão 'de verdade', melhor ainda. Inclusive uma 'tingida' num brodo genuinamente italiano.
Mesmo que puristas estejam olhando.

roberto zullino disse...

Esses metidos a conhecedores de vinho não passam de veiados sem coragem de se assumir e ficam dando uma de entendidos. Vêm o rótulo. Só distingo vinho bom de zurrapa.
Igual a um ex-presidente que era todo metido e que uns amigos meus deram para ele Biotônico Fontoura como Vinho do Porto e ele achou excelente, hahahahaha.

Jonny'O disse...

Não sei porque,simplesmente não gosto de vinho branco.

Então ,é vinho tinto com carne vermelha ou peixe ,mas é sagrado em todo Domingo.

Mas aqui no interior passo apertado porque gosto de vinho verde tinto e não é facil encontrar ,outro dia estava em Campinas e um português me sujeriu comprar um V verde da Cooperativa de Monção ,gostei muito do vinho.

E quando vou a São Paulo não perco a oportunidade de sempre comprar um sherry espanhol ,para mim ele é um conserto para vinho mais fraco ,é só adicionar meia chicara de café com o sherry e melhora muito a bebida .

Speed disse...

Também cometo algumas "heresias" e não vejo problemas. Como o Buonanno costuma dizer, "vinho bom é aquele que você gosta"!

E também prefiro os tintos, mas há muitos brancos e rosés deliciosos que, gelados, combinham muito com nosso clima tropical.

É questão de experimentar, deixando os preconceitos de lado!